sábado, 20 de agosto de 2011

Sobrevivendo


Vivo e tento
Sempre atento
Viver a vida
Ao máximo vivida.

Assim sobrevivendo,
A cada dia
Vou morrendo.
E tudo se desvia
De minha existência
Que da Morte, só, ria.

Fernando Ribeiro, Cuiabá 20/8/2011 10:00 AM

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Acolhendo


Deitar no colo,

descansar a cabeça, o corpo

e o resto.

Descansar completamente.

Total e completamente

solto,

entregue!

Nem mesmo uma sombra de dúvida.


É que aquele que deita, confia.

Completamente.

Sem mesmo uma sombra de dúvida!


Aquele que lhe oferece o colo,

o acolhe com bondade,

genuinamente isento de qualquer presença que traga o mínimo motivo de desconforto.

Aceita integralmente , compreende, respeitada.


São bem vindos.


Tom Ribeiro,

Cbá, 22/05/2008

Serventia


Onde devo trabalhar?

Onde posso servir?

Que posso fazer?

Que posso ensinar?

Preciso aprender!

Posso lavar;

Posso limpar;

Posso varrer;

Posso escrever;

Posso ler;

Posso contar;

Posso ouvir;

Posso dar banho;

Posso plantar;

Posso carpir;

Posso colher;

Posso ensinar a plantar e a colher;

Posso ensinar a ler e escrever;

...

Posso quase tudo, mas não sei onde.

Ainda!

Mas vou saber.

Logo!


Tom Ribeiro,

Cbá, 29/06/2007

terça-feira, 6 de maio de 2008

Disponibilidade

Disponibiliza logo, se disponibiliza. Fica nesse apego, se guardando sabe-se lá pra que, pra quem. Recalque. Não consigo achar outra explicação. Tudo começa com um não. Não da mãe, não do pai, não que passa da mãe e passa do pai, não dá mais. Depois ainda me aparece aquela menininha, super segura, que na horagá segura.
E o povo ainda reclama que falta segurança, não sei onde, queria me dar ao luxo!
Estou com dor de cabeça.
Ninguém percebe, acha normal, só era um gole de coca ou pega no cigarro, mas vai crescendo, já não põe o vídeo no youtube, nega, não comenta, pronto. Vai passar pro filho.
Maldito bebezinho, inocente demais pra fugir da sina do pai, mal sabe a merda que está para acontecer, ou melhor, fazer. Nega a chupeta depois nega o peito, cresceu. E ainda se acha no direito de reclamar da menininha.
O que mais me dói é a menininha... Pra que usar aquela sainha, certa vez ouvi o ditado “não quer brincar não chama”, não consigo pensar em outra coisa.
Pra que recalque logo agora?

Thiago Dezan - 9 março 08

domingo, 4 de maio de 2008

Porto Seguro


Caminhar.

Só posso caminhar.

Que mais há,

Além do ir?

Só sei ir.

Mas a que custo caminho?

Acumulo fatos,

Acumulo eventos.

Vivo hoje o que vivi muitos anos atrás.

Não digeri, simplesmente!

Simplesmente porque não falei,

Não comuniquei meus sentimentos!

Não os conheci,

Não os conheço!

Por isto batem à minha porta,

Incessantemente querendo se fazer conhecidos.

Não me deixam em paz.

Não me deixarão!

A menos que os comunique,

Que tome, deles, conhecimento.

A menos que os aceite,

Que os compreenda.

São meus fatos,

Meus eventos,

Minha vida.

Preciso falar,

Quero falar,

Chorar,

Gritar.

E ai dormir,

Em paz!


E o meu caminhar será,

Então,

Pleno.


Tom,

Cbá, 04/05/2008

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Saudades

Gostaria de, também, ter 11 anos.
Gostaria de, também, ter 11 anos e ser amigo de meus filhos.
Poderíamos brincar bastante,
conversar,
passear.
Pediria a meus pais para estudar na mesma escola que eles.
E para sermos vizinhos.
Eles estão crescendo, graças a Deus. Estão conhecendo o mundo,
conhecendo as pessoas,
experimentando.
Não é que eu queira vigia-los,
tolhendo-lhes assim a liberdade.
O que queria mesmo era,
além de estar com eles como pai,
compartilhar seus momentos também como um bom amigo,
de fora da família.
Conhece-los de uma outra perspectiva.
Um tipo de amizade diferente da que,
graças a Deus,
temos.
Somos amigos verdadeiros,
irmãos mesmo,
e sabemos disto.
Amo muito os meus filhos.
Amo muito estar com eles,
e gostaria de compartilhar a vida com eles,
também, sob este outro ponto de vista.
Tenho a certeza de que vale muito ser amigo deles.

Queria ser dois.

Estou com saudades.

Tom,
Faz. Campo Belo, 19/07/2001

sábado, 19 de janeiro de 2008

A amizade mais linda do mundo!

Ele dormia no meu peito, bem quietinho.
Eu sentia a sua respiração,
sabia quando dormia ou ainda estava acordado.
Às vezes era na minha perna, assistindo televisão.
Quando deitávamos em sua cama, olhávamos nos olhos um do outro,
e assim ficávamos por longo tempo, até que ele ia adormecendo,
lentamente,
fechava os olhos, os abria,
e aí adormecia,
sereno.
Eu o vi adormecer centenas de vezes.
Tive este privilégio, graças a Deus.
Muitas vezes ele punha suas mãos,
uma de cada vez,
em meus lábios,
e eu as beijava várias vezes,
dos dois lados.
O sorriso mais lindo do mundo, tantas vezes eu ganhei.
Sou muito rico!
Eu o ví acordar,
centenas de vezes.
Tive este privilégio, graças a Deus.
E eu sempre lhe dizia, como ainda digo:
“Bom dia, filhinho! (um beijinho). Dormiu bem?
 Não quer dormir mais um pouquinho?”
Perguntava mesmo sabendo que era hora de levantar!
Na parati ele sentava atrás de mim,
e colocava sua mãozinha no meu ombro,
e assim ficava,
todo o tempo que estivéssemos no carro.
Ele largava tudo,
qualquer coisa,
qualquer brincadeira,
para ficar comigo,
brincar comigo,
passear comigo.
Tenho medo,
muito medo,
de não ter merecido, não ter honrado tanto amor.
Me lembro,
de vez em quando,
do primeiro passeio que fizemos.
Eu morava no Lord Hotel e nós fomos,
na companhia da Cláudia,
passear na pracinha
(na pracinha do pula-pula, como diz hoje, meu Fernandinho).
No carrinho que o vovô Tonká e a vovó Lena compraram,
lá estava ele,
lindo,
brilhando,
e eu,
sem prática,
com medo de o estar expondo a muita agitação.
Mas que nada, ele estava gostando!
Sempre tive saudades de você Thiago.
Quando fico aqui na fazenda,
principalmente à noite, assistindo o jornal na TV,
sinto sua falta,
sentindo assim sua presença,
dormindo em meu peito,
sereno,
e,
graças a Deus,
gostando muito disto!

AMO MUITO VOCÊ.

Tom
Fazenda Campo Belo, Jangada / Mato Grosso
Madrugada (02:00 horas) do dia 26/08/99.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

4 em 1

Olho para cima, vejo você,
Olho para baixo, vejo você,
Olho para um lado, vejo você,
Olho para o outro, vejo você,
Será que você é uma multi pessoa?

Gabriel Dezan Ribeiro
Cuiabá, 30/04/2007